Cartas

A origem da carta, está relacionada à própria necessidade do homem em se comunicar. Os primeiros registros provavelmente aconteceram para que os mercadores fizessem contas. No início eram táboas de argila que tiveram um papel importantíssimo na história. Foram encontrados em Tell Brank, na Mesopotâmia, tábuas de argila contendo material escrito em 3200AC., provavelmente as inscrições mais antigas.Ao redor do ano 2800a.C,as inscrições tinham-se reduzido a símbolos convencionais feitos em tábuas de argila em forma de cunha(daí o nome cuneiforme).Logo esta escrita começou a ser usada em Sumer e em outras partes , como o Egito em UR , em Mari.Os textos escritos em estátuas de pedra do império de Mari, são indícios do alto interesse na troca de escritas... (Fonte: Internet)
“Venho por estas mal traçadas linhas enviar-lhe as minhas notícias e ao mesmo tempo saber as suas...”
“Espero que esta vá e encontre a todos com saúde...”
“É com muito prazer que pego nesta caneta e neste pedaço de papel para dar minhas notícias...”
Bom gente, não sei se já deu para perceber, mas hoje falarei sobre cartas. Com tantas coisas acontecendo em volta do mundo, optei por este tema por causa de um livro que ganhei, intitulado “Cartas inspirativas”. Trata-se de um livro muito interessante, onde líderes, escritores e artistas cristãos se expressavam através da escrita. Cartas com mensagens cheias de sentimentos marcantes do tempo de exílio, inquisições, entre outros, que viveram naquele período... Os destinatários eram os mais diversos, desde a pessoa amada até o amigo. Algumas destas cartas anos mais tarde, tornaram-se livros, embora os autores já tivessem falecido.
Ler este livro me fez recordar do tempo em que eu gostava de escrever cartas. Ainda guardo comigo 02 pastas cheia delas, soma-se um total de 300, e se eu recebi 300 fico imaginando quantas então eu não escrevi!Escrever carta requer tempo, atenção, vontade de contar a alguém coisas que são significativas para sua vida.
“Algo acontece com aos nossos pensamentos e emoções quando estes são colocados numa carta; eles não são então, o mesmo que palavras faladas. São postos num contexto diferente, especial e falam em um nível diferente, servindo ao órgão de ruminação da alma em vez de à capacidade de compreensão da mente.” Thomas Moore – Cartas inspirativas.
Também com a leitura deste livro, percebo que atualmente não temos mais o hábito de escrever cartas. As descrições que coloquei no início, são das inúmeras cartas que encontrei de meu pai, aos seus irmãos... As pessoas de seu tempo sempre começavam as cartas desta maneira e achei isto engraçado...
Poucos meses atrás, a revista Veja,(se não me engano) escreveu um artigo que dizia: “ a geração do futuro não quer mais mudar o mundo, eles estão ocupados com a internet.” O que isso tem a ver com cartas?! Bem, com toda a tecnologia que hoje nos é oferecida, escrever cartas é coisa do passado. Geralmente encaminhamos mensagens com cópias. Algumas vezes sem nem darmos conta de quem irá recebê-las, uma vez que já estão na nossa lista de e-mail... É claro que também utilizamos deste recurso tecnológico para escrever cartas pessoais, mas é diferente. É gostoso abrir o computador e achar uma resposta de alguma mensagem que você mandou, mas é mais ainda quando você chega do trabalho cansado e encontra uma correspondência destinada a sua pessoa! Dá uma alegria, um sentimento de importância que não se explica. É algo muito gostoso. Claro que aqui não estou falando das cartas de cobrança. Esta ninguém merece receber!!! A não ser que deva né?!?! E se deve, pague...
Escrever uma carta é conseguir dar uma parada com tudo. É separar um tempo para pensar e repensar no que dizer, e muitas vezes escrever o que não imaginou dizer... Redescobri ao ler este livro que escrever é muito bom, faz bem para a alma,tanto que escrevi uma carta especial para a pessoa que me presenteou...Que sabe eu não volte a escrever agora? Será que quando eu morrer elas também serão publicadas?! Será, será? Será só imaginação?!
“ Nós, os que vivemos num mundo civilizado pelas artes, temos a obrigação de não interrompermos a arte de escrever cartas” Jerônimo

Thomas Moore: Grande Chanceler da Inglaterra, nasceu em Londres em 1478 e foi aí decapitado em 1535.Frequentou a Universidade de Oxford, Pouco depois da ascensão de Henrique VII ao trono da Inglaterra, foi referendário e membro do Conselho Privado do Rei (1514). Após a queda do cardeal Wolsey foi nomeado Grande Chanceler, em 1529. Quando Henrique VIII abjurou o catolicismo, Moore, manteve-se fiel à Igreja de Roma, pedindo a demissão do cargo (1532). No ano seguinte, recusou-se a assistir à coroação de Ana Bolena, a mulher de Henrique VIII, e prestar fidelidade aos seus descendentes. Foi condenado à prisão perpétua e ao confisco de todos os seus bens. Mais tarde, acabaria por ser condenado à pena de morte por crime de alta traição e decapitado em Londres em 1535. A "Utopia", a sua obra mais conhecida, foi editada em Basileia (Suíça) por Erasmo, a quem Moore estava ligado por fortes laços de amizade.
Jerônimo: Erudito das Escrituras e Tradutor da Bíblia para o Latim. Nascido por volta do ano 345 em Aquiléia (Veneza), extremo norte do Mar Adriático, na Itália, Jerônimo passou a maior parte da sua juventude em Roma estudando línguas e filosofia. Entre os anos 386 e 390, ele completou a tradução, bem como os comentários do Novo Testamento. Entre os anos 390 e 398, ele escreveu muitas obras e comentários que são usados até o dia de hoje. A partir do ano 398 até 405, Jerônimo terminou o seu grande projeto, a tradução completa em Latim do Antigo Testamento Hebraico. Esta versão da Bíblia tem sido amplamente usada pela Igreja Ocidental e tem sido, até recentemente, a única Bíblia oficial da Igreja Católica Romana desde o Concílio de Trento. Seu amor pela vida ascética fez dele um propagador do ascetismo, chegando no final de sua vida, entre os anos 405 e 420.